O artista plástico “cubista” e servidor público, Joni Gonçalves Pereira, inscreveu sua obra “O Planetário”
Joni é servidor público de carreira do GDF, lotado na Secretaria de Transparência e Controle do DF (STC), formado em Administração pela Universidade Católica de Brasília e pós-graduado em Direito Administrativo pela Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro, nas horas de folga é artista plástico, além de dominar a arte da boa gastronomia como Chef, Pizzaiolo e Shushiman, dentre outras habilidades, gosta de tudo que envolve ciência e tecnologia da informação.
O Prêmio Sesc de Pintura em Tela Cândido Portinari 2014 é uma iniciativa cultural do Serviço Social do Comércio – Administração Regional do Distrito Federal SESC/AR/DF.
O objetivo do concurso é incentivar a produção artística de pintura, revelar novos talentos no cenário das artes plásticas e ampliar o espaço institucional do SESC/AR/DF na área cultural.
As obras classificadas em 1º, 2º e 3º lugares, serão entregues ao SESC/DF pelos respectivos autores e passará a integrar de forma permanente o acervo de obras de artes da instituição.
A solenidade de premiação e abertura da exposição está prevista para o mês de fevereiro/2015. Local, dia e horário serão definidos pelo SESC/AR/DF.
PREMIAÇÕES
Os autores das obras classificadas nas três primeiras colocações receberão prêmio em dinheiro, cujos valores, abaixo discriminados, são brutos, e deles serão deduzidos impostos e contribuições, com base na legislação em vigor:
1° classificado – R$ 3.500,00;
2° classificado – R$ 1.500,00;
3° classificado – R$ 1.000,00 e também serão concedidas três menções honrosas.
Serão selecionadas 20 obras, que ficarão expostas para visitação pública no SESC/DF Estação 504 Sul, Espaço Cultural Ary Barroso, hall de exposições, em período a ser definido.
O ARTISTA
O artista plástico Joni Gonçalves Pereira (53), carioca de nascimento e brasiliense de coração – veio para Brasília em 1988 – interessou-se por artes desde os seus dez anos de idade. Autodidata no mundo das artes, prefere se manter longe dos holofotes da mídia e da crítica, quase no anonimato. Confira a entrevista concedida por Joni à ASCOM STC/DF.
ASCOM – Quais são suas principais influências?
Joni – Sou particularmente influenciado pela estética cubista de Pablo Picasso, Georges Braque, Francisco Brennand e Romero Britto. Todos esses dominaram e dominam bem a arte cubista, uma ciência que trata as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando as partes de um objeto no mesmo plano. No cubismo, a representação do mundo passa a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas, tudo é muito alusivo quando transferido para uma tela, onde a imaginação do artista é o limite.
ASCOM – Quando começou e como desenvolveu seu estilo?
Joni – Quando criança, aos 10 anos, já rabiscava os azulejos brancos da cozinha da minha mãe, quase sempre com o batom vermelho dela e, isso me rendeu boas palmadas. O meu estilo se desenvolveu e, se desenvolve, à medida que vou evoluindo como homem e, acima de tudo, como ser humano. Certamente continuará sendo uma evolução constante. Tenho buscado melhorar minha técnica, de forma que a minha obra interaja com quem estiver diante dela, fazendo com que o observador(a) se sinta parte integrante da obra.
ASCOM – Você usa cores e desenhos fortes, alegres, vibrantes e temas do cotidiano da tua vida e de outras pessoas. Já pensou em pintar algo mais lúgubre?
Joni – Cada um de nós nasce com um dom de fazer alguma coisa boa nesta vida. Ocorre que às vezes você não tem oportunidade de se dedicar exclusivamente a isso, como no meu caso, pois somente após meus 40 anos é que voltei a me dedicar, ainda que timidamente, aos pincéis. Meu estilo sempre foi vibrante e alegre, gosto de cores fortes e impactantes, de forma que minhas obras se integrem a qualquer ambiente, tornando-os alegres e aconchegantes. Quanto à possibilidade de pintar algo mais lúgubre, não gostaria de transmitir em minhas obras algo relacionado ao fúnebre e/ou macabro, o meu objetivo não é causar tristeza nas pessoas e, nem gerar pavor nelas. Tudo que possa criar um clima melancólico e pavoroso, certamente, não será parte integrante das minhas obras.
ASCOM – Você costuma ser comparado com outros artistas? Quais?
Joni – Não muito! Como diria minha esposa Rosa, ainda sou um ilustre desconhecido no mundo das artes (por opção), mas para os poucos que conhecem as minhas obras, tais como a família, os amigos, os parentes e alguns poucos clientes importantes, todos me comparam ao nobre artista plástico Romero Britto. Talvez por que, a pedido de clientes, eu costume fazer releituras deste brasileiro que deu certo, cuja pop arte é conhecida mundialmente. Mas tenho personalidade e estilo próprio, talvez por isso ainda consiga manter minhas obras fora dos holofotes da crítica.
ASCOM – Você tem conhecimento de alguém que já tenha copiado seu estilo?
Joni – Não! Como disse antes, ainda sou um ilustre desconhecido e faço questão de me manter assim! Mas isso é muito comum nesse seguimento, quando algumas pessoas se aventuram no universo das artes, principalmente objetivando ganhar dinheiro com isso, essas pessoas só copiam os outros, não buscam criar um estilo próprio, pois é mais fácil copiar o que já está pronto do que ter que pensar em algo novo! Não foi o meu caso, embora ainda faça releituras de Romero Britto por encomenda, não o faço pela questão financeira, mas sim, por vontade dos clientes, pois estes desejam possuir obras de Romero Britto, mas não podem pagar por elas.
ASCOM – Existem obras suas fora do Brasil? Onde?
Joni – Sim, em New York! Mas trata-se de um acordo de sigilo, cuja proposta partiu da minha pessoa, objetivando não me autopromover com isso. A questão significativa para mim, não é ter que explicar um dia, que me projetei profissionalmente, usando como trampolim uma pessoa famosa, seja do mundo artístico, seja do universo da música internacional, seja do mundo do futebol, mas, pela minha própria competência, enquanto artista. Eu não poderia ser eu mesmo, em nível de pensamento, criando uma obra de arte para ele e/ou para ela, famoso(a) ou não, estando longe do reconhecimento da crítica na condição de artista plástico, menos ainda, como conhecimento: “em mim, a arte é compreensível na qualidade de instinto e não de sobrevivência”.
ASCOM – Você acha que sua arte se enquadra em algum gênero? Cubista, Impressionista, Modernista?
Joni – Sim, está quase toda ela voltada para o cubismo, algo que me completa, que me representa e me faz sentir bem com o que estou fazendo, por isso mantenho essa linha de criatividade, embora seja este gênero muito colorido, desuniforme e impreciso, interpretá-lo, quase sempre, é para mim o mesmo que corrompê-lo.
ASCOM – Você pensa em se apropriar de novas linguagens, como a digital?
Joni – Provavelmente sim! Não tenho como adiar esta mudança, os tempos são outros, e, atualmente, tenho mais passado do que futuro, portanto, se tenho que mover o mundo e/ou me adaptar a ele, ainda que nas artes plásticas – o primeiro passo será mover e/ou mudar a mim mesmo! Entendo que se eu continuo vivo para passar por isso, é porque ainda não cheguei aonde deveria chegar, por isso tenho que me adaptar às mudanças!
ASCOM – Você recebe encomendas? Tem alguma encomenda de gente famosa? (Não precisa citar nomes se não quiser)
Joni – Sim! Tenho muitas encomendas de pessoas comuns e de algumas personalidades do mundo artístico, político, nacional e internacional etc., mas como já lhe disse antes, não quero me sentir na obrigação de ter que atender quem quer que seja, com data e hora marcada, e, meus clientes sabem disso e me entendem por isso! Faço pinturas pelo simples prazer de pintar o que quero, onde quero, quando quero e porque quero! Não dependo disso financeiramente, graças a Deus! Ainda que a perfeição que persigo esteja distante, contudo, ela existe e, pintar por pintar, torna a arte obsoleta.
ASCOM – De onde vem a sua inspiração?
Joni – Duas coisas são importantes para mim na busca da inspiração: “o universo, como um todo, e, a estupidez humana”. Eu vejo certa inocência na inspiração, ela é aquele detalhe que passou despercebido pela minha cabeça e, pela cabeça de outros, mas que também poderia, um dia, ser encontrada e eternizada, admirada por todos em forma de obra de arte. Para mim, o conceito de obra de arte se firma no sentido de que, deva ser algo feito com extrema simplicidade, para que todo mundo entenda!
ASCOM – Você usaria sua obra para venda de produtos?
Joni – Provavelmente sim. Mas somente se parte do lucro destes produtos estivessem voltados para alguma causa humanitária, seja para socorrer seres humanos necessitados e/ou para ajudar os animais que vivem longe do calor e do carinho humano. Fazer grandes coisas nessa vida é difícil, mas ter a certeza de que essas grandes coisas, quando realizadas, serão revertidas para causas humanitárias, isso sim, é ainda mais difícil.
Na minha vida não preciso de discípulos, mas se as minhas obras não servirem de exemplo de respeito à humanidade e aos animais, então falharam a minha real intenção. O melhor e essencial da vida só se podem vivenciar respeitando homens, mulheres, crianças e animais.