Auditoria cívica acontece simultaneamente em 104 escolas do DF
“Nós reclamamos, mas não nos empenhamos para melhorar. É importante que o ambiente em que a gente convive esteja organizado”. Com a afirmação da aluna do 9º ano, Isabela Mark, foi iniciada a auditoria cívica no Centro de Ensino Fundamental 3, da 103 da Asa Sul, nesta segunda-feira, dia 2 de outubro.
Isabela está no grupo de 120 alunos, daquela unidade, inscritos no 1º Prêmio Escola de Atitude e que, por meio do aplicativo Monitorando a Cidade, tiraram fotos e responderam as perguntas sobre as condições da merenda, cozinha, área externa, banheiros e entrada da escola. Eles têm até a próxima sexta-feira (06.11) para concluir a fiscalização nas salas de aula, biblioteca, secretaria, auditório e sala dos professores.
O CEF 3 da Asa Sul é uma das 104 unidades participantes da premiação e que também realizam a auditoria nesta semana. Depois dessa etapa, equipe da Controladoria-Geral vai compilar os dados da fiscalização em relatórios, que serão entregues às respectivas escolas.
Com os dados em mãos, os alunos vão apresentá-los a toda escola e, a partir daí, inicia a etapa do “desafio”, momento em que os alunos, após reconhecerem os problemas encontrados e refletirem sobre eles, serão convidados a escreverem uma ação pensada, organizada e executada pelos próprios estudantes, visando modificar algum aspecto do ambiente onde estudam.
Para a assessora da coordenação Regional de Ensino, Zel Ramos, o projeto mostra a importância do trabalho conjunto dos professores, alunos e poder público. “O projeto implica no envolvimento de todos. Nós temos um problema e o que vamos fazer? Não é apenas criticar ou denunciar”, disse a coordenadora esclarecendo que os alunos têm que ser criativos e propor algo diferente visando à melhoria da escola.
Parcerias
A auditoria realizada no CEF 3 foi acompanhada por membros da ONG Visão Mundial, interessados em conhecer a metodologia do Controladoria na Escola. “A genialidade do projeto é ouvir os alunos. A Visão Mundial tem três princípios: educação, proteção e participação. E participação é exatamente o que os alunos estão fazendo”, disse o diretor de marketing da organização, Thiago Crucciti.
A ONG atua em cerca de 1300 projetos no Brasil, voltados para a conscientização da cidadania de jovens de áreas vulneráveis. Segundo Crucciti, foi muito interessante conhecer a execução do projeto que poderá ser incorporado aos trabalhos desenvolvidos pela Visão Mundial e levado para outros estados brasileiros.
O auditor de controle interno da Controladoria-Geral de Belo Horizonte, Danilo Okuma, também acompanhou a auditoria. O projeto Controladoria na Escola já está sendo implantado em nove escolas públicas de Belo Horizonte.